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O Herpes Zoster é a reativação do vírus da Varicela (catapora). Normalmente, o primeiro contato com esse vírus ocorre na infância. É a primo-infecção, que pode ou não ter os sintomas clássicos da catapora.
Depois disso, o vírus fica em latência nos gânglios nervosos sensitivos e pode, eventualmente, se manifestar. Quando isso ocorre, o vírus migra pelo nervo sensitivo até chegar à pele. A reativação do vírus causa o quadro de Herpes Zoster, popularmente chamado de cobreiro.
Reativação do vírus Herpes Zoster (cobreiro)
A grande maioria dos adultos têm o vírus Varicela-Zoster latente no organismo. No entanto, apenas 30% irão reativá-lo ao longo da vida. Isso pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais freqüente após os 50 anos.
A reativação costuma ocorrer quando existe alguma queda na imunidade. Situações como diabetes, doenças auto-imunes, câncer, AIDS, medicamentos imunossupressores, estresse e a própria senilidade favorecem a manifestação do Zoster. Entretanto, também pode ocorrer em pacientes totalmente jovens e saudáveis, que não apresentam nenhum fator que comprometa o sistema imunológico.
Principais sintomas do quadro
Em geral, o quadro inicia com uma sensação de dor, ardor, coceira ou formigamento em uma determinada área do corpo. Poucos dias depois surgem, no mesmo local, vesículas e bolhas, que evoluem com a formação de crostas. Classicamente, as lesões são unilaterais e restritas a um dermátomo (área específica, inervada pelo nervo acometido).
O diagnóstico correto e o tratamento adequado precoce são importantes para encurtar a duração da doença e para prevenir as possíveis complicações.
Recomendação para a vacina contra Herpes Zoster
A vacina Zostavax, contra Herpes Zoster está disponível no Brasil desde 2014 e é oficialmente recomendada após os 60 anos de idade, inclusive para quem já teve a doença. A critério médico, pode ser aplicada a partir dos 50 anos.
A imunização é feita com uma única dose e previne a ocorrência da enfermidade em até 60% dos indivíduos. Porém, depois dos 70 anos de idade, a eficácia cai para 40%.
Disponibilização da vacina para Herpes Zoster
A vacina não faz parte do calendário nacional de imunizações gratuitas do SUS (sistema único de saúde), mas pode ser encontrada em clínicas e laboratórios privados.
Essa vacina é fabricada com vírus vivo atenuado e, por esse motivo, está contra-indicada em algumas situações.
Mais recentemente, uma nova vacina, chamada Shingrix, foi desenvolvida, a partir de partículas virais. Foi aprovada nos EUA, pelo FDA (Food and Drug Administration), em 2017. Por não conter vírus vivo na formulação, não tem as mesmas contra-indicações da Zostavax e pode ser aplicada em pacientes com problemas imunológicos. Além de mais segura, essa nova vacina é ainda mais eficaz, inclusive em adultos mais velhos. A sua eficácia é em torno dos 90%. No entanto, a Shingrix, ainda não está disponível no Brasil.
Em conclusão, a vacina é uma excelente ferramenta para a prevenção do Herpes Zoster e, também, das possíveis complicações associadas. A vacina Zostavax, atualmente disponível no Brasil, por conter vírus atenuado, não pode ser aplicada em indivíduos com problemas de imunidade que, no entanto, seriam os mais beneficiados pela imunização. Assim, é importante que o médico avalie caso a caso, levando em consideração os riscos x benefícios. Quando a nova Shingrix chegar ao país, um número muito maior de pessoas poderá utilizar a vacina.